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As pneumonias por
Legionella
são, claramente, subdiagnosticas
por diversos fatores que veremos a seguir. Isso reflete na variação de sua
incidência encontrada nos diferentes trabalhos científicos, bem como na
suaporcentagemdeparticipação etiológicanaspneumonias comunitárias:
estima-sequeentre0,5%a10%daspneumoniascomunitáriasquerequerem
internação sejam causadas pela
Legionella
.
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Além disso, a prevalência
e incidência variam de acordo com a região. Para tentarmos mudar esse
cenárioe incrementarmosodiagnósticoé fundamental oconhecimentode
toda sua cadeia infecciosa eosmétodos diagnósticos.
Muitos a relacionam à “infecção do ar condicionado”. Esse termo tem
origem, provavelmente, na suadescobertaquandoocasionou epidemia em
um hotel na Filadélfia. Na época, em 1976, o surto acometeu veteranos
militares reunidos para convenção que incluía comemorações do
bicentenário da independência dos EUA. A bactéria, eliminada pelo ar
condicionado dos quartos, foi inalada pelos legionários americanos, daí
“doença dos legionários”, e, posteriormente, bactéria
Legionella
sp. Apesar
da incriminaçãodoarcondicionado,umagamadeoutras fontesde infecção
emergiunos estudos posteriores e, hoje, auxiliamo clínicona investigação
da infecção.
A
Legionella
seassentanoambienteaquático,ondesobreviveeprolifera
em grandes quantidades na temperatura ideal de 20°C a 42°C.Nessemeio
encontraumgrande aliado: as amebas.A
Legionella
semultiplica emesmo
sobrevive no interior das amebas. Portanto, encontramos a bactéria em
riachos, lagos, estuários e litoral costeiro. Além disso, a bactéria sobrevive
nas tubulações das construções humanas onde se aloja nos biofilmes.
Tubulações velhas com áreas de estagnação da água acondicionam a
Legionella
que é liberadapelofluxo epressãoda água.