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ADoença dos Legionários no Brasil é uma epidemia silenciosa. Não
temosestatísticasoficiaissobrea incidênciadessadoençanapopulação,mas
as estimativasmais otimistas apontam para seis a novemil mortes a cada
ano1 umnúmero proporcionalmentemuitomais alto do que o verificado
em todaEuropa por exemplo. SegundooRelatórioAnual Epidemiológico
de 2013 doCentro de Controle deDoenças Infecciosas da Europa, foram
notificadas 306 mortes decorrentes da
Legionella
e ainda assim os países
europeus realizam pesados investimentos públicos e principalmente
privados na vigilância, prevenção e minimização de riscos da
Legionella
.
Aindasendoumnúmerobastantealtode fatalidadenoBrasil,eleéestimado
apartirdasmortesporpneumonia tendoporbaseaproporção legionelose/
pneumonia verificado nos locais em que há estatísticas um pouco mais
confiáveis e tomando-se por princípio que as proporções se mantém
constantes. Contudo, uma rápida reflexão sobre as condições ambientais
no Brasil é possível pensar nos inúmeros riscos específicos que nossos
sistemas de água (seja ele qual for, de água potável, predial ou industrial)
podem apresentar, tais como ganho de calor direto por insolação, região
com armazenagem de água sem controle de qualidade por semanas - se
nãomeses -, uso indiscriminado de aspersores para amenizar a sensação
térmica, alémda faltadeconhecimentomínimoeausênciade informações
difundidas entre a classemédica, entre os responsáveis pelos sistemas de
água e também entre apopulação emgeral.
Diversasaçõespodemserfeitasparareverterouminimizarestasituação
nopaís.Éderesponsabilidadedaesferapública,porexemplo, criarpolíticas
públicas direcionadas na prevenção nacional da legionelose. Conforme
se organiza o setor de saúde pública no Brasil, há diferentes mecanismos
que poderiam ser acionados nessa tarefa preventiva, tal como a vigilância